Em quatro anos a startup Oscar Health saiu do zero e já vale cerca de R$ 6 bilhões. Esta operadora de saúde 100% digital está assustando todas as operadoras tradicionais
Por Michael Kapps*
O mundo está se digitalizando, isso é fato. No mundo financeiro, alguns bancos nacionais já estão operando completamente on-line: por meio de website e aplicativos em vez de estruturas físicas; isso para citar apenas um segmento. Mas e no mundo das operadoras de planos de saúde brasileiras? Chegou a hora de se digitalizarem também.
Nos Estados Unidos, o maior caso de sucesso dessa tendência é a Oscar Health (www.hioscar.com), uma empresa que começou há apenas quatro anos e já vale quase R$ 6 billhões. Como eles conseguiram isso? E o que as operadoras no Brasil podem aprender com esse exemplo? Vamos lá:
1. Crescimento acelerado devido ao marketing excepcional
A Oscar Health achou o público-alvo certo para começar. Eles focaram nos ‘millenials’ ou Geração Y (nascidos a partir dos anos 1980), de Nova York, geração já acostumada a usar celular para tudo na vida.
Depois de Nova York, a startup começou a expandir sua operação para outras partes do país. O marketing deles foi muito bem feito: focado em ‘ser jovem’ e em ser o plano ‘mais fácil de entender’. Ao lado, uma de suas propagandas.
A Oscar também faz propaganda em espanhol, dado que essa população representa uma grande porcentagem de moradores dos EUA, mas tradicionalmente é ignorada pelos planos de saúde.
2. Redução da sinistralidade e melhora da experiência do usuário via telesaúde
A empresa percebeu que o celular pode ser uma ferramenta incrível para reduzir o
sinistro, além de ser muito mais acolhedor para os usuários.
Em vez de deixá-los ir ao médico sob qualquer sintoma suspeito, o aplicativo da Oscar permite ao usuário perguntar, via chat (estilo WhatsApp), a uma equipe de médicos ou enfermeiras, se seria necessário ir para uma consulta (veja imagens à direita e abaixo).
Isso economiza bastante dinheiro para a própria empresa sendo que para o consumidor final gera um valor agregado. Por que no Brasil quase não temos planos que fazem isso? Sabemos que há algumas regulamentações do CRM (Conselho Regional de Medicina) que não permite ‘telemedicina’, mas nada impede a triagem via mensagens sigilosas. Isso é algo que nossa empresa, a TNH Health (www.tnh.health) , está aplicando junto às operadoras que são nossas clientes, capacitando-as.
No aplicativo da Oscar, eles têm um buscador da rede credenciada que, além de ser visualmente muito bonito, também inclui avaliações dos médicos por outros pacientes e informações sobre esses médicos, como, por exemplo, onde eles se formaram e interesses pessoais.
O usuário ainda pode agendar uma consulta diretamente pelo app, mas antes da confirmação sempre aparece a opção: “Quer ir para médico cujo co-pay será de 10 a 20 dólares para você ou prefere consultar nossos médicos on-line gratuitamente em qualquer horário”.
Assim, a Oscar não só controla como previne eficazmente o sinistro.
3. Promoção de hábitos saudáveis
A Oscar envia a seus beneficiários um wearable – fitness tracker (ao lado) –, que rastreia e mede a atividade física deles. Para engajar, quando o usuário está ativo, ele ganha pontos para serem usados em compras na Amazon.com.
4. Medicamentos gratuitos
A operadora americana reconhece a importância (e o ótimo ROI) de pagar pelos remédios de seus usuários. Quase todos planos deles vêm com medicamentos gratuitos.
5. Gestão de doenças
Cada beneficiário da Oscar tem uma enfermeira ou uma ‘concierge de saúde’ que o ajuda
a navegar no complexo sistema de saúde e a evitar gastos não essenciais.
Todo esse gerenciamento é feito dentro do aplicativo da Oscar. Lá o consumidor consegue ver seu histórico de conversas com os médicos e com a concierge. No app também há receitas de medicamentos, prontuários e histórico de saúde; tudo em somente um lugar: o celular do beneficiário.
A Oscar Health funcionaria no Brasil?
Acreditamos que sim. Ainda há essas questões de regulamentação e o uso de smartphones precisa crescer no país, mas acreditamos que a digitalização de operadoras de saúde é a próxima etapa para evolução da indústria. Talvez não vá existir um player como a Oscar a curto prazo, mas há bastante lugar para os players existentes adotarem alguns dos princípios que Oscar aplica hoje, como o uso da telesaúde, por exemplo, ou mesmo a realização de triagem, via mensagens sigilosas, e até o uso de inteligência artificial para monitoramento, o que a Tá-Na-Hora também faz.
Quer saber mais sobre a Oscar Health ou entender como poderia digitalizar sua operadora? Inscreva-se em nosso e-mail list (ao lado) ou escreva para: contato@ta-na-hora.com.
Explore:
Oscar Health: www.hioscar.com
TNH Health: tnh.health
Inovações em Saúde: inovação/saúde/blog/
Eu adoraria ter um plano deste porque ir ao medico e algo necessário mas muitas vezes vc vai para obter a receita apenas.
Concordo em parte. Conheci a Oscar de perto, em NY, atraves do metro.
A diferenca, e que la, o nivel cultural e educacional, e diferente do Brasil.
Lembre-se, o pais tem analfabetos (ontem atendi 3 analfabetos), a renda esta concentrada em 1% da populacao, e dos 210 milhoes de habitantes, temos apenas 76 milhoes que mal sabem usar smartphone. Nao podemos comparar e usar ferramentas impossiveis numa populacao que mal sabe falar e escrever o portugues.
Lembro que o foco da Oscar é o público jovem, que tem grande fluência em tecnologia (Operadora de Planos de Saúde não querem uma massa de beneficiários velhos, pois esta massa normalmente gera muito sinistro devido a propensão de doenças crônicas). Sobre o custo, no mercado americano é mais comum ver planos com fator moderador (coparticipação) do que uma cobertura integral. Sendo assim, existe uma grade redução de custo para as operadoras, pois a coparticipação inibe a utilização indevida. Então, consequentemente, a aquisição de planos é mais barata.
Muitos dos casos tem que ter a prescrição médica no uso de antibióticos, por que não ter a assinatura digital do médico?? Assim, comparecimento somente em casos de urgência e emergência
A m-health auxilia pacientes, profissionais e gestores.
Segundo a OMS as decisões pertinentes à saúde, suportadas por smartphones são fundamentais para o desenvolvimento desta área.
Adorei esse modelo
Tenho experiência de 5anos como Enf. De pronto atendimento de home care.
E é bem parecido a forma de atendimento,
A única questão é que muitos brasileiros prefere a presença física do médico…
Gerando atraso e gasto desnecessário das operadoras..
Gostaria BM de saber mais …
Excelente, temos que tornar a prática médica mais acessível, o uso de tecnologia é fundamental.
Gostaria de conhecer melhor este sistema! Tania Donati.
Acredito que, como vários segmentos já buscam essa plataforma, a tendência será essa. Não será diferente para o ramo da saúde. Também concordo com o argumento de que existe uma grande soma pessoas que mal sabe lidar com as novas tecnologias, isso criaria, aqui no Brasil, um impacto negativo, principalmente na hora de dar alguma informação por celular, visando a diminuição de visitas hospitalares. O assunto é bem complexo mas acredito que não temos como fujir dessa realidade.
Será que funciona?