O número de suicídios se encontra em alta no Brasil, principalmente entre os jovens, apresentando uma taxa de vítimas maior do que da AIDS e de grande parte dos tipos de câncer.
Por: Amanda Watanabe
O mês de setembro está chegando, e com ele se inicia uma campanha de conscientização muito importante: o Setembro Amarelo. Promovida pelo Centro de Valorização da Vida aqui no Brasil desde 2015, a campanha tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o suicídio no país, dando luz a um assunto tão pouco falado e ao mesmo tempo extremamente importante.
Por que a cor amarela?
O mês de prevenção é representado pela cor amarela, símbolo da luta contra o suicídio graças ao programa iniciado pelo casal estadunidense Dale e Darlene Emme após o seu filho Mike tirar a própria vida. Ele tinha uma marca registrada, seu Mustang amarelo, o que lhe dava o nome de Mustang Mike. Por ser algo tão marcante em sua vida, o amarelo foi a cor escolhida para produzir mais de 500 cartões e fitas amarelas em seu funeral, que foram distribuídas com a mensagem “É ok pedir ajuda”. Após poucas semanas essas fitas se espalharam pelo país, e assim várias pessoas entraram em contato com o casal por tê-las recebido. Nascia assim o “Yellow Ribbon Suicide Program” que até hoje ajudou mais de 100.000 vidas, por encorajar pessoas a procurarem ajuda psicológica.
A importância do diálogo
Infelizmente, um assunto tão importante quanto o suicídio ainda é um tabu para a nossa sociedade. Não há diálogo suficiente para conscientizar as pessoas sobre a gravidade desse problema, e muito menos para promover a sua prevenção. Muitas pessoas não buscam ajuda para tratar pensamentos suicidas, e isso é preocupante, sendo que 90% dos casos poderiam ter sido evitados com ajuda psicológica. Isso acontece muitas vezes pelo fato delas sequer saberem da existência de ajuda, e de que há inúmeras outras pessoas que se encontram em situação semelhante. Por isso, com a campanha do Setembro Amarelo, o CVV acredita no poder do esforço coletivo para promover conversas e debates para promover a queda desse tabu e então reverter esse cenário.
A saúde emocional
Um fator muito importante que também precisa estar em evidência é a saúde emocional da população, algo que não tem grande visibilidade pública, e que, em grande parte dos casos, não é tratada, dado o preconceito e a banalização em torno do assunto. Com tanto foco na saúde física, a saúde emocional pode ser deixada de lado, gerando mal estar e sérios transtornos como estresse, ansiedade e depressão, que são comumente encarado pelas pessoas como “apenas coisa da sua cabeça”. Tais condições podem desencadear problemas como improdutividade, dependências químicas, insônia, dor, que também vão afetando a parte física do organismo, e quando muito severas podem levar a pensamentos suicidas. A grande maioria das pessoas que cometeram suicídio sofria de alguma doença emocional grave em níveis altíssimos.
Procurando ajuda
Frente a esse assunto tão delicado, é muito importante saber de formas de não apenas procurar, mas também fornecer ajuda.
Estar atento ao comportamento de pessoas próximas que apresentaram qualquer manifestação de pensamento suicida e tentar sempre conversar e oferecer apoio pode fazer toda diferença, mesmo que elas não o procurem. É essencial que nunca haja julgamentos na fala, e principalmente a banalização do que a pessoa está sentindo pois tais comportamentos podem levar a um estado pior. Saiba aqui como contribuir com a campanha do Setembro Amarelo.
Se você se encontra com qualquer pensamento suicida, não hesite nunca em procurar ajuda, seja profissional ou com alguém de sua confiança. O CVV também disponibiliza uma linha especial de telefone especial, o número 188, para oferecer apoio emocional por parte de voluntários, além de um chat, e mail e postos de atendimento. Além disso, o próprio website possui informações importantes para lidar com a situação.
Cuidar da saúde emocional também é extremamente necessário. Evite desequilíbrios emocionais, e permita-se o descanso e relaxamento da mente. Ações consideradas básicas, como o simples ato ajustar a respiração podem ser bastante eficazes para manter a mente sã.
A TNH enxerga a importância desse assunto, e lança esse mês o programa Saúde Emocional, que tem como objetivo propagar um acompanhamento psicológico de vidas feito por nossos chatbots em mensagens no celular. O programa inclui pontos importantes como a avaliação de saúde mental a distância, a psicoeducação, acompanhamento de humor e intervenções realizadas de acordo com o humor do usuário. Quer saber mais sobre como o programa ajuda a promover o equilíbrio emocional da sua população? Fale com a gente.